Sentado.
Mesa de vidro. Fria.
Escrevo, porque os dedos se soltam,
Tatuam impressões nas teclas.
Escrevo para e por ti.
Escrevo porque sorrio (sorriso tolo)
em pensar no nosso fogo.
Teus lábios, formosos lábios,
Donde bebo teu ser,
Fecundam meus lábios.
E por saber(-te) assim
Dou parte de mim
Para sentado
Escrever(-te)!
Palavras
7 de novembro de 2013
29 de outubro de 2013
Porque sofres?
Porque estás triste? Porquê?
Porque te haverás de queixar?
Que estes dias, para ti,
São motivo de consolo.
Paradoxal, ou não,
Não consegues destrinçar
Que erro foi, que razão,
P’ra sofreres o castigo
Que te leva a destruir,
O teu próprio coração.
Nem chegas a compreender,
Nem encontras a solução
Para esta dislexia:
Afinal, entre a frieza
Que existe, que te tortura
Até quase que à loucura.
Que te corrói, que te mata.
Eu sinto, que em teu redor
Há só montanhas de amor!
Para quê martirizar?
Eu sei! Que tu bem percebes,
E que tentas esquecer…
Mas, nem voltando à razão,
Escrita sofredora
Encontrei-te só, deprimida.
Escrevias. Escrevias destroçada
Com a alma amargurada
E em ânsia indefinida.
Ó triste! O meu amargor
Que em mim se desvanece
E tudo o que me merece
Se desfaz em mágoa, em dor.
Por vezes, querias ser forte.
Por outras, desejas a morte.
Vendo nisso a solução.
Mas contens os teus anseios,
Disfarças teus devaneios…
Procuras conformação…
Escrevias. Escrevias destroçada
Com a alma amargurada
E em ânsia indefinida.
Ó triste! O meu amargor
Que em mim se desvanece
E tudo o que me merece
Se desfaz em mágoa, em dor.
Por vezes, querias ser forte.
Por outras, desejas a morte.
Vendo nisso a solução.
Mas contens os teus anseios,
Disfarças teus devaneios…
Procuras conformação…
Não fales
Escuta! Sente
O silêncio envolvente
Que sendo demente
Te baralha o sentido.
Ouve! Escuta!
Sussurro pomposo
Em mau olhado cai,
Por ser tão vistoso
É sentido que não te atrai.
E quando falares
Confiante no sentir,
Aviva a memória...
O fruto da vitória
Está no saber ouvir!
Assim poderás continuar,
A falar ou a gritar
Sem nunca parar.
18 de agosto de 2012
A sua vida
Quase morta. Já cansada
Leva a vida. Triste vida,
Saturada!
Por viver neste sofrer!
E através dessa porta
Do passado…Já fechado!?
Olha em volta
E volta a ver, vida morta.
Sempre morta. Sem viver!
E deseja com revolta
Estar morta. Já não ver
O embuste e a mentira,
O partido que se tira…
Que se ajuste à impostura
Que assim dura
Toda a vida, de uma vida!
E como criança
Vive a sonhar a esperança
Duma pausa!...
Que melhore a sua causa
Ou que a piore!
E ao âmago desta vida
Junto ao fel bem disfarçado,
Numa sopinha de mel,
Que adoça esta mentira,
Desta vida, mal vivida,
Que rasgada tira, a tira,
Aos pedaços, em farrapos.
Fica a vida…
A sua vida!
Leva a vida. Triste vida,
Saturada!
Por viver neste sofrer!
E através dessa porta
Do passado…Já fechado!?
Olha em volta
E volta a ver, vida morta.
Sempre morta. Sem viver!
E deseja com revolta
Estar morta. Já não ver
O embuste e a mentira,
O partido que se tira…
Que se ajuste à impostura
Que assim dura
Toda a vida, de uma vida!
E como criança
Vive a sonhar a esperança
Duma pausa!...
Que melhore a sua causa
Ou que a piore!
E ao âmago desta vida
Junto ao fel bem disfarçado,
Numa sopinha de mel,
Que adoça esta mentira,
Desta vida, mal vivida,
Que rasgada tira, a tira,
Aos pedaços, em farrapos.
Fica a vida…
A sua vida!
18 de junho de 2012
Se tu quiseres...voltaremos a ter!
Há quantos dias que partiste
E ainda faltam
não sei quantos para chegares.
Em nossa casa tudo anda triste
e contam
com ansiedade, os dias p'ra voltares.
Nossos filhos
tão pequeninos! A toda a hora
Lembram o pai que vai trabalhando
por aí fora!
E com saudades,
falam de ti a todo o instante,
e teu retrato vão beijando
em ardor constante.
O mais velhinho,
Oh! Coitadinho, nem quer lembrar
Se o paizinho estará bem,
Sempre a pensar!?
E a pequenina,
viva e ladina com que tormento,
Fala do pai e o pai só tem
no pensamento!
Por mim, não sei...!?
Qual a diferença que tu achaste,
nesta ausência?
Apenas sei!
Que sempre me lembraste,
tua presença!
Se deus quiser, quando vieres,
voltaremos a ter!
Paz e união que ultimamente,
estavam a morrer!...
Se tu quiseres?!
E ainda faltam
não sei quantos para chegares.
Em nossa casa tudo anda triste
e contam
com ansiedade, os dias p'ra voltares.
Nossos filhos
tão pequeninos! A toda a hora
Lembram o pai que vai trabalhando
por aí fora!
E com saudades,
falam de ti a todo o instante,
e teu retrato vão beijando
em ardor constante.
O mais velhinho,
Oh! Coitadinho, nem quer lembrar
Se o paizinho estará bem,
Sempre a pensar!?
E a pequenina,
viva e ladina com que tormento,
Fala do pai e o pai só tem
no pensamento!
Por mim, não sei...!?
Qual a diferença que tu achaste,
nesta ausência?
Apenas sei!
Que sempre me lembraste,
tua presença!
Se deus quiser, quando vieres,
voltaremos a ter!
Paz e união que ultimamente,
estavam a morrer!...
Se tu quiseres?!
14 de junho de 2012
Fechado na solidão
Vejo passar em redor a multidão
Da gente que pulula na cidade,
Num vai-vem constante!
Uns felizes falam com o companheiro do lado,
Outros calados seguem seu destino.
Além está sentado um pobre velho libertino.
Aqui uma criança brinca e salta p'lo jardim.
E penso...
Como adivinhar das suas mentes,
Os seus anseios e os seus pensamentos?
Como vislumbrar através da solidão
Se aquele sofre, quando ri e está alegre!?
Quando o outro diz (e não é) que é feliz!?
Quantas coisas passam junto a nós despercebidas.
Da nossa parte nem tentamos
Procurá-las. É preciso ter,
Sentir coragem de encarar
Que aquela que passa junto a nós
Não mais se vê.
Vive e sofre e ri e nem sabemos se é feliz.
Que importa afinal
Se o mal nem nosso é?
Quero sorvê-los tal qual são.
Tristes ou alegres, os que passam lado a lado
E mesmo os que vivem fechados na solidão.
16 de maio de 2012
Na sala de espera...
Entrei,
Sentei-me e folhei um livro,
Embrenhei-me na leitura e esqueci-me
de que esperava.
À minha volta ouvia como que
Em longínquas paragens um marulhar.
(cheiro de tabaco)
Pousei o livro e quedei-me a escutar.
(cusquice!!)
À direita uma mãe contava
Os pormenores duma doença,
Noutro lado outra que falava
Dos exames dos filhos e eu sei lá...
Só falavam e a cabei por pensar.
Afinal eu é que estava errado,
Pois que ali aproveitavam esta espera
Para trocarem umas palavras.
E assim passavam aquelas horas de espera.
Da espera enfadonha que não mais
Acabava, e eu fechado, isolado, só.
Ouvia e analisava.
De todos os doentes que ali estavam
Só eu metia dó, só eu perdi a fala....
E quantos amigos dissimulei
À espera, naquela sala.
Sentei-me e folhei um livro,
Embrenhei-me na leitura e esqueci-me
de que esperava.
À minha volta ouvia como que
Em longínquas paragens um marulhar.
(cheiro de tabaco)
Pousei o livro e quedei-me a escutar.
(cusquice!!)
À direita uma mãe contava
Os pormenores duma doença,
Noutro lado outra que falava
Dos exames dos filhos e eu sei lá...
Só falavam e a cabei por pensar.
Afinal eu é que estava errado,
Pois que ali aproveitavam esta espera
Para trocarem umas palavras.
E assim passavam aquelas horas de espera.
Da espera enfadonha que não mais
Acabava, e eu fechado, isolado, só.
Ouvia e analisava.
De todos os doentes que ali estavam
Só eu metia dó, só eu perdi a fala....
E quantos amigos dissimulei
À espera, naquela sala.
10 de abril de 2012
Serás sempre criança
Rua fora lá vais,
Rapidamente apressada
E como te atrais
A olhar a criançada.
Nostalgia enfadonha
Que te deixa combalida,
Que te deixa com vergonha
Da tua vida perdida.
Tens rasgos de memória
De um passado que te afronta
E perdeste-te na história
Como uma criança tonta.
Mas não percas a fé
Se criança já não és,
Mesmo o ínfimo clichet
Vai e vem com as marés.
Assim poderás continuar
Sem perder a esperança.
Com o passado a pairar
Serás sempre criança!
Rapidamente apressada
E como te atrais
A olhar a criançada.
Nostalgia enfadonha
Que te deixa combalida,
Que te deixa com vergonha
Da tua vida perdida.
Tens rasgos de memória
De um passado que te afronta
E perdeste-te na história
Como uma criança tonta.
Mas não percas a fé
Se criança já não és,
Mesmo o ínfimo clichet
Vai e vem com as marés.
Assim poderás continuar
Sem perder a esperança.
Com o passado a pairar
Serás sempre criança!
1 de fevereiro de 2012
Ganho cor
Irreverentes corpos,
Diabolicamente certos,
Retornam em tons cinzentos
Aos lugares que são seus.
E tristemente
Coçam o rosto cansado,
Diabolicamente certos,
Retornam em tons cinzentos
Aos lugares que são seus.
E tristemente
Coçam o rosto cansado,
Que dia a dia vai-se desgastando.
Múltiplos suspiros
Ecoam no regresso laboral,
Que enchem os ouvidos de
Repetições saturantes.
«Não era como dantes!»
Múltiplos suspiros
Ecoam no regresso laboral,
Que enchem os ouvidos de
Repetições saturantes.
«Não era como dantes!»
Queixa-se a senhora curvada
Pelo ouro que suporta.
Mas queixar ironicamente ao outro,
Pelo ouro que suporta.
Mas queixar ironicamente ao outro,
Provoca comichão.
Cocei-me...
Cocei-me...
Cocei-me...
Cocei-me...
E lentamente repelo-me.
E lentamente repelo-me.
Estou cinzento!
Dor suada pelo piano
Que chora e devora
O balcão atafulhado de cinzento.
Mas que lamento...
Triste e metódico
Comprazo a barba
E cinicamente falando,
Sentado num banco,
Enamoro pessoas que
Que chora e devora
O balcão atafulhado de cinzento.
Mas que lamento...
Triste e metódico
Comprazo a barba
E cinicamente falando,
Sentado num banco,
Enamoro pessoas que
Entram e ficam
E ganho cor...
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