14 de junho de 2012

Fechado na solidão

Sentado num banco de jardim
Vejo passar em redor a multidão
Da gente que pulula na cidade,
Num vai-vem constante!
Uns felizes falam com o companheiro do lado,
Outros calados seguem seu destino.
Além está sentado um pobre velho libertino.
Aqui uma criança brinca e salta p'lo jardim.
E penso...
Como adivinhar das suas mentes,
Os seus anseios e os seus pensamentos?
Como vislumbrar através da solidão
Se aquele sofre, quando ri e está alegre!?
Quando o outro diz (e não é) que é feliz!?
Quantas coisas passam junto a nós despercebidas.
Da nossa parte nem tentamos
Procurá-las. É preciso ter,
Sentir coragem de encarar
Que aquela que passa junto a nós
Não mais se vê.
Vive e sofre e ri e nem sabemos se é feliz.
Que importa afinal
Se o mal nem nosso é?
Quero sorvê-los tal qual são.
Tristes ou alegres, os que passam lado a lado
E mesmo os que vivem fechados na solidão.