29 de outubro de 2013

Porque sofres?

Porque estás triste? Porquê?
Porque te haverás de queixar?
Que estes dias, para ti,
São motivo de consolo.
Paradoxal, ou não,
Não consegues destrinçar
Que erro foi, que razão,
P’ra sofreres o castigo
Que te leva a destruir,
O teu próprio coração.

Nem chegas a compreender,
Nem encontras a solução
Para esta dislexia:
Afinal, entre a frieza
Que existe, que te tortura
Até quase que à loucura.
Que te corrói, que te mata.
Eu sinto, que em teu redor
Há só montanhas de amor!

Para quê martirizar?
Eu sei! Que tu bem percebes,
E que tentas esquecer…
Mas, nem voltando à razão,
Encontras a solução.

Escrita sofredora

Encontrei-te só, deprimida.
Escrevias. Escrevias destroçada
Com a alma amargurada
E em ânsia indefinida.

Ó triste! O meu amargor
Que em mim se desvanece
E tudo o que me merece
Se desfaz em mágoa, em dor.

Por vezes, querias ser forte.
Por outras, desejas a morte.
Vendo nisso a solução.


Mas contens os teus anseios,
Disfarças teus devaneios…
Procuras conformação…



Não fales

Não sei! Não fales!
Escuta! Sente
O silêncio envolvente
Que sendo demente
Te baralha o sentido.

Ouve! Escuta!
Sussurro pomposo
Em mau olhado cai,
Por ser tão vistoso
É sentido que não te atrai.

E quando falares
Confiante no sentir,
Aviva a memória...
O fruto da vitória
Está no saber ouvir!
Assim poderás continuar,
A falar ou a gritar
Sem nunca parar.