13 de julho de 2011

Desafogo

Às vezes eu queria entender
o porquê deste viver amargurado.
É como tomar uma chávena de café
quente, que cheira bem
mas de sabor muito amargoso. Só posso ver
em todo esta ardilosa comédia,
um misto de insegurança e cobardia.
De que têm medo? O que há para além de toda a injustiça
e crueldade, em que se deixam envolver?
Fazem-me pena
aqueles, que vivem parados no tempo,
que deixam corroer as entranhas
dos mais míseros sentimentos.
Pobres deles que não amam
e nem querem ser amados.
Almas tacanhas,
denegridas sem o mínimo desejo
de ver mais além, de ultrapassar essa podridão
De que se acham corrompidos.

Amor revolto

Revoltas-te com o meu silêncio,
Que te sufoca com intensidade.
Esperas com alguma ansiedade
O som que tanto almejas.

Meu reflexo em ti permanece,
Revejo em teus olhos espelhados.
Teus gestos fortemente enfeitiçados
Por um passado que bem desejas.

Pois o que foi, não volta a ser.
Sumi, esquece, morri p’ra ti.
Tempos antigos me envolvi
Nessas palavras que cotejas.

Corações apaixonados, incontrolados,
Trituram tua inquietude, que outrora
Era calma por dentro e por fora.

Eu amei-te num passado, bem presente,
Sem pensar no tempo, sem pensar na hora,
Amei-te intensamente, desde o nascer da bela aurora.