27 de março de 2011

Tarde a dois

Sentei-me no divã torrado,
Que se encontra debaixo
Das escadas que vão
dar ao sótão.
Estava a ouvir-te tocar
Aquela música de Verão.
Sorris-te para mim, era
A nossa melodia.
Lembras-te?
Nunca me esquecerei
Daquela tarde,
Daquele dia.

No centro da sala
Reinava a mesa de madeira,
Com o cesto de flores secas.
Senti o rosto a rescaldar,
Corei!
Lembrei-me do que tinhas sussurrado:
“Vivo para ti, pois não há
Quem viva para mim!”
Abstraí-me das nossas frivolidades.

Caminhei ao teu encontro.
Não me fixas os olhos,
(como sempre)
Mas tremes ao ver-me
Aproximar.
Tinha o coração acelerado,
Que nem cavalo a galopar.
Sorri para ti!
Sorris-te para mim!
Emoções num intenso frenesim.

E nessa tarde…
E nesse dia…
Reencontrámos a forma mágica
De nos enamorarmos,
Sem gastar uma única palavra!
Com o olhar…
Com o sorrir…
Invadimos o mundo de cada.
E permaneci contigo…
Naquela sala…
Naquele divã…
A ouvir-te tocar!